
Parque Imbuí
Teresópolis, agosto.2014 - edição 0004
Turismo
Piratininga
* A praia que enfeitiçou o mar *

Na entrada da baía de Guanabara, a Oeste, localiza-se Copacabana e bem em frente, a Leste, situa-se Piratininga.
Do alto, a restinga salpicada de casas guarda do mar uma enorme lagoa, recanto de garças e de outras espécies aladas.



Aterrissemos.
Vindo pela estrada esta é a primeira visão (ao lado e abaixo esquerda), do alto da serra: a lagoa, a restinga, um marzão de 'babar' e as ilhas Cagarras.
Da restinga vê-se as ilhas: Pai, Mãe, Filho e o arquipélago das Cagarras, das quais a ilha Rasa com seu farol banha as noites num eterno piscar: branco, branco, vermelho, branco, branco, vermelho... Logo adiante, a ilha Redonda e depois, a Comprida.


Calçadão - projeto premiado pela ONU, tem parte ativa na vida praiana. Quiosques, música, peixe fresco, violão, bicicleta, carrinho de bebê, banhistas, fotos, asa delta e para-pente chegando, encontros de amigos, enfim, é ali que a vida acontece.

Fim de tarde no praião.
Pescadores salpicam a areia branca e fina. Alguns preferem as pedras, que são perigosas.
Ao longe, a Pedra da Gávea, o Pão de Açúcar e o Corcovado se delineiam no fundo rosa-dourado do céu. Logo o Cristo de braços abertos se ilumina.
Canoas e traineiras vão e vêm, em busca de peixe. Navios cruzam o mar aberto, mais ao longe.









O dia dá lugar à noite e a lua caminha pelo céu, enquanto alhures pelas areias, um lual se faz ouvir.

As areias nuas do início do dia vão dando lugar, pouco a pouco, a uma multidão de banhistas que não só se agitam dentro d'água, como também praticam caminhadas ou corridas na areia, alongamento e frescobol.
Piratininga é conhecida por seu praião e sua prainha - assim respectivamente chamados. Além dessas, tem no extremo leste a praia do Sossego (ou do Diabo) só acessível a pé e que some quando há ressaca. No extremo oeste algumas prainhas minúsculas - também só acessíveis a pé e que também somem quando há ressaca - surgem por entre as pedras e jazem abaixo de um paredão de mata virgem - parte do costão que segue contornando a lagoa e é área preservada.
Em frente à prainha, a ilha do Veado serve de contraforte para o mar, que chega à orla bem mansinho, exceto em dias de ressaca.

O praião se estende por 3km e o calçadão o acompanha de ponta a ponta.


Quiosque Delirium (foto à esquerda), no meio da extensão da praia, foi capitaneado pelo norueguês Tura Eggen durante muitos anos e ainda hoje é onde se ouve o melhor do Rock 'n Roll.
E quando no dia seguinte o sol se recusa a colaborar e o mar se revolta, saem as pessoas - máquinas em punho - a registrar a beleza das ondas gigantes, e a espuma farta que o mar batido provoca.
Na areia, só mesmo os urubus. Na água, só mesmo os surfistas.




E quando cobrindo as pedras, a ressaca empresta um ar de renda fugaz, são mais flashes a disparar.
E então descobrimos a grandeza do sorriso do mar!
A enseada dos surfistas (acima e à esquerda), no final do praião, abriga competições anuais em várias categorias.


A visão do mar invade casa adentro, a maresia invade os sentidos, e o barulho das ondas se quebrando na praia acalenta o sono.
Então, lanchas e iates passeiam pelo azul, deslumbrados com tanta beleza.
(continua na página seguinte: Piratininga - II)
A beleza dessa região é tamanha que não há visitante que não se sinta arrebatado. Piratininga cativa e fornece continuamente belezas naturais que continuam intatas, mesmo com todo o progresso trazido pelo ser humano.

Antigamente não havia quiosque nem calçadão. Havia as plantas da restinga, como as cebolas-da-praia que floriam em setembro e coloriam de roxo e branco a distância entre a estrada e a areia.
Antigamente não havia asfalto. Era uma buraqueira de dar gosto, no saibro da estrada estreita. E a cada veículo que passava, uma poeirada era levantada, sobretudo pelos ônibus, que passavam pela beira-mar.
Antigamente cavalos selvagens pastavam tranquilos após uma chuvarada.




Antigamente a vida era simples. Não havia 'roupa de marca', nem chapinha pros cabelos. Não havia celular, internet, tablet.
Antigamente não havia eletricidade nas casas. Havia luz de lampião e 'boa noite' contra os mosquitos. Pra se ter água nas torneiras era preciso tocar a bomba - a braço - pra puxar a água do poço. E ninguém tinha geladeira nem TV.
Antigamente havia charretes, mas não havia máquinas digitais, nem editor de texto ou de imagem.


Hoje é tudo diferente. Umas coisas melhores, outras bem piores.
Evoluímos ou involuimos, mas o mar, as pedras, as montanhas, as plantas, os animais e os céus continuam os mesmos.